Copo de 3: junho 2006

30 junho 2006

O Copo de 3 vai dar vinho...

Não é engano nem está a ler mal, o Copo de 3 vai mesmo dar vinho... em causa uma garrafa de Valle Pradinhos Branco 2004 que pode ser sua.
Para poder ganhar esta garrafa apenas tem de fazer uma pequena entrevista ao Copo de 3, entre 10 a 15 perguntas, dentro do perfil da secção Apaixonados do Vinho que o Copo de 3 tem no seu espaço, e enviar juntamente com a sua morada para o mail copo_de_3@hotmail.com até ao final do mês de Junho.
O autor da melhor entrevista vai ser premiado com uma garrafa de Valle Pradinhos Branco 2004 e vai ver a sua entrevista no Copo de 3 com as devidas respostas.
O vinho em causa não precisa de muitas apresentações, é um dos melhores exemplares de brancos aromáticos em Portugal, elaborado com Riesling, Gewurstraminer e Malvasia Fina teve leve passagem por madeira, referenciado pelos principais guias e revistas da especialidade, é um vinho que merece uma prova atenta...
Participe, vai ver que vale a pena... quem não arrisca... não prova.
O vencedor será anunciado para a próxima semana, juntamente com a divulgação da entrevista com as respectivas respostas.
O Copo de 3 agradece desde já a todos os participantes neste primeiro evento.

29 junho 2006

Beja, os vinhos das planicies...

Nos tempos que correm é preciso um enófilo menos esclarecido ou algo desatento para não reparar que a zona do Alentejo onde tem aparecido mais novidades, e algumas de peso é o Baixo Alentejo e mais propriamente BEJA.

Quase que poderíamos falar numa nova Zona Vitivinícola que surge no Alentejo, seria a nona depois de Borba, Redondo, Évora, Portalegre, Reguengos, Vidigueira, Granja/Amareleja e Moura, esta nova seria sediada em Beja tal o número de produtores que tem aparecido na região nos últimos tempos.
Grandes investimentos têm surgido na zona com alguns dos mais inovadores projectos a nível de Adegas e mesmo de Enoturismo, são a nova onda de vinhos do Alentejo, que conquistam tudo e todos (basta reparar nos prémios que têm conquistado ao longo deste curto espaço de tempo) com a sua qualidade bem patente, frutos de uma enologia de ponta com alguns dos melhores enólogos a darem o seu contributo.

A destacar:

Casa de Santa Vitória : Produtor recente, tem como entrada de gama o Versátil (mudou de Insólito para Versátil), na gama média o Casa de Santa Vitória branco Tinto e rosé, depois aparece na gama média alta o Casa de Santa Vitória Reserva e como topo de gama o recente Inevitável.

Henrique Uva : Tem como vinhos de entrada de gama os Terras D´Uva Branco e Tinto, na gama média o Alfaraz e gama média alta o Alfaraz Reserva, nos próximos tempos vamos ter o lançamento do topo de gama e de uma curiosidade.

Herdade dos Grous : Começa pelos Herdade dos Grous branco e tinto, e como topo de gama o Herdade dos Grous Reserva.

Herdade da Malhadinha Nova : Novo produtor que já deu muito que falar e sempre que lança um novo vinho é motivo de notícia... como entrada de gama temos os Monte da Peceguina Tinto, Branco e Rosé, surge um varietal Aragonês da Peceguina, um inovador Pequeno João e o topo de gama da casa, Malhadinha versão Branco e Tinto.

Encosta do Guadiana : A entrada de gama é feita com o Herdade das Albernoas, seguido da gama média com os Herdade Paço do Conde Branco, Tinto e Rosé e como topo de gama o Herdade Paço do Conde Reserva.

Monte Novo e Figueirinha : Mais um produtor com vinhos bastante interessantes com preços atractivos associados a uma qualidade correcta, começando nos Alqueire, Herdade da Figueirinha, Herdade das Fontes e por fim os Fonte Mouro desde o Reserva Tinto o Colheita Seleccionada Branco e o Garrafeira Tinto.

Resta então desejar boas provas.

Prova Ibérica de Vinhos Alvarinhos

Prova Ibérica de Vinhos Alvarinhos.
Vinho Verde Alvarinho português foi o grande vencedor.
O vinho branco Quinta do Regueiro Alvarinho 2005 foi o grande vencedor da 1ª Prova Ibérica de vinhos Alvarinhos, realizada em Pontevedra nos dias 22 e 23 de Junho. Esta inédita prova internacional resultou de uma iniciativa conjunta da revista espanhola SOBREMESA e da portuguesa REVISTA DE VINHOS e realizou-se na sede do Conselho Regulador D.O. Rias Baixas, na cidade galega de Pontevedra. Estiveram em prova doze vinhos Alvarinhos portugueses da Região dos Vinhos Verdes e outros tantos Albariños produzidos na D. O. Rias Baixas, todos produzidos em exclusivo a partir desta famosa casta branca que atinge a sua maior expressão naquelas regiões do norte de Portugal e Espanha.
Alvarinhos portugueses e espanhóis.
Os vinhos em prova foram seleccionados pelas redacções das duas revistas que também escolheram o júri paritário de 12 elementos - seis de cada país, entre jornalistas, somelliers, compradores e outros especialistas - que procederam à avaliação dos vinhos pelo método de «prova cega» (as garrafas são encapsuladas de forma que o provador desconheça o vinho que está a avaliar). Esta iniciativa contou com o apoio e a colaboração empenhada do Conselho Regulador da D.O. Rias Baixas e será a primeira de uma série de provas a realizar a partir de agora a um ritmo anual, alternadamente num e noutro lado da fronteira delimitada pelo rio Minho. Pretende-se com ela sublinhar perante a opinião pública a relevância extraordinária desta casta branca, bem assim como a magnífica qualidade dos vinhos dela produzidos nos dois países, ao mesmo tempo que se reforçam laços de colaboração e conhecimento mútuo entre produtores e consumidores. Também está na mente dos organizadores a defesa e promoção externa de um património vitivinícola comum num mercado cada vez mais globalizado. Esta iniciativa decorre de outra experiência similar, já com dois anos de vigência, desenvolvida pelas mesmas revistas mas relativa à prova de vinhos do Douro (e Duero) e que reúne no mesmo espírito os melhores tintos produzidos nas duas regiões vitícolas ao longo do trajecto desse rio comum.
A classificação.
No final da prova dos Alvarinhos, retirados os anonimatos das amostras provadas, verificou-se que o vencedor absoluto foi o vinho português Quinta do Regueiro Vinho Verde Alvarinho 2005, produzido por Alzira de Castro Cerdeira Rodrigues, da sub-região de Melgaço, tendo atingido 92 pontos em 100 possíveis. O vinho vencedor, elaborado pelo enólogo Paulo Cerdeira Rodrigues, filho da proprietária, é obtido a partir das uvas da casta Alvarinho proveniente dos 3 hectares em socalcos que constituem a Quinta do Regueiro, no lugar do Coto, Alvaredo, concelho de Melgaço. Nesta colheita foram produzidas 20.000 garrafas e a marca existe deste 1999. Em 2º e 3º lugar ficaram outros dois vinhos portugueses e dois espanhóis: o Alvarinho Deu-La-Deu 2005 da Adega Cooperativa de Monção, de Monção e o Alvarinho Touquinheiras 2005, do produtor José Luís Araújo, Melgaço. Nos mesmos lugares, ex-equo, classificaram-se também os Albariños Laxas 2005 e Pazo de Señorans 2005, respectivamente, com 91 e 90 pontos. Os resultados completos da prova e a apreciação fundamentada de cada uma dos vinhos concorrentes sairão em simultâneo nas edições de Agosto das duas revistas.
Divulgam-se por agora os vinhos classificados nos primeiros 10 lugares:
Class.; Vinhos; País; Pontos
1º; Quinta do Regueiro 2005; Portugal; 92
2º; Deu-la-Deu 2005; Portugal; 91
2º; Laxas 2005; Espanha; 91
3º; Touquinheiras 2005; Portugal; 90
3º; Pazo de Señorans; Espanha; 90
4º; Granbazam Âmbar 2005; Espanha; 89
5º; Fillaboa 2005; Espanha; 88
6º; Martin Codax 2005; Espanha; 87
6º; Albariño de Fefinanes 2005; Espanha; 87
6º; Portal do Fidalgo 2005; Portugal; 87
7º; Solar de Serrade 2005; Portugal; 86
7º; Muros Antigos 2005; Portugal; 86
8º; Pazo de Berrantes 2005; Espanha; 85
9º; O Nogueiral 2005; Portugal; 83
9º; Albariño do Ferreiro 2005; Espanha; 83
9º; Soalheiro 2005; Portugal 83
10º; Nora 2005; Espanha; 82
O painel da prova de Alvarinhos / Albariños foi formado pelos seguintes provadores: Portugueses
- João Afonso, jornalista da Revista de Vinhos, autor de guias vinícolas e provador em concursos internacionais
- Luis Antunes, professor universitário, colaborador e membro do painel de prova da Revista de Vinhos
- Aníbal Coutinho, jornalista da revista Evasões, autor de guias de vinhos
- Luís Lopes, jornalista, director da Revista de Vinhos, provador em concurso de vinhos internacionais
- David Lopes Ramos, jornalista do diário Público, crítico gastronómico e de vinhos e colaborador da Revista de Vinhos
- João Paulo Martins, jornalista da Revista de Vinhos, autor de vários guias de vinhos, provador em concursos internacionais
Espanhóis
- Cristino Alvarez, escritor e jornalista de vinhos e gastronomia da Agência EFE e de La Voz de Galicia
- Jaime Bermudez, do Departamento Técnico do clube de vinhos Vinioseleccion, membro do painel de provadores da Sobremesa
- Guillermo Campos, jornalista de vinhos e gastronomia em diversos meios generalistas e especializados
- José Ramón Martinez, jornalista de vinhos e gastronomia, director da revista Sobremesa
- Ernesto Portuondo, jornalista de vinhos e gastronomia, chefe de redacção da revista Sobremesa.
- Kasia Romanska, somellier e comunicadora vínica, membro de painel de prova da Sobremesa.
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Copo de 3 na Revista de Vinhos

Gostava de deixar aqui uma pequena nota para dar a conhecer aos menos atentos que o Copo de 3 vem referenciado juntamente com outros colegas da blogosfera vínica de Portugal, na renovada Revista de Vinhos deste mês, no artigo «Os vinhos na blogosfera» da autoria de António Falcão.

Resultados de `Portugal tem vinho branco de nível internacional´

Seguindo com as sondagens no Copo de 3 e sobre a questão se Portugal tem vinho branco de nível internacional, o nível de participação foi positivo atingindo o número desejado mais uma vez.
Em 100 pessoas que votaram:
66 votaram SIM
34 votaram NÃO
Parece que uma maioria clara de consumidores olha com bons olhos para a qualidade do nosso vinho branco, o que revela confiança nos nosso vinhos e também pode indicar que de certa maneira o vinho branco tem vindo a ser mais consumido e aumentado de qualidade.
Em minha opinião, Portugal tem vinho branco de nível internacional, pode não ter muito mas temos algum, apesar de alguns serem mais conhecidos e outros menos a qualidade está bem patente em vinhos como os Redoma, Esporão Private Selection, Alves de Sousa Reserva Pessoal, Dolium Escolha Antão Vaz...
A nossa vantagem perante o estrangeiro são as nossas castas, destaque para a Antão Vaz e Encruzado entre tantas outras, que apesar de pouco conhecidas lá fora, podem significar uma lufada de ar fresco frente a tantos Sauvignon Blanc, Chardonnay e Riesling entre tantas outras...

26 junho 2006

PROVA Cortello 2004

Cortello: Segundo o que diz no contra rótulo é uma fortificação que não chega a ser um castelo visto não ter uma das suas paredes.
Ora este Cortello vem da Estremadura, da Quinta do Gradil que pertence ao gigante Dão Sul, é elaborado com Aragonez e Castelão, apresenta-se com 12% e tonalidade ruby escuro de concentração mediana.
Com fruta muito madura em destaque, faz a ligação com um lado vegetal presente mas não se sobrepondo à fruta, tem um toque especiado ligeiro de fundo que lhe confere algo mais, num vinho não muito complexo mas ao mesmo tempo directo, mostrando-se bem afinado de aromas e muito certinho com toque quente de fundo.
Na boca mostra uma boa entrada, um corpo suave e fino, mas a mostrar boa acidez com a frescura bem colocada no conjunto, a fruta marca presença em conjunto com um toque especiado no final de persistência média, num todo muito equilibrado e certinho, a um preço muito chamativo que não passou os 3€ revelando-se uma boa escolha para o dia a dia, a beber sem preocupações ou cerimónias.
14,5

24 junho 2006

PROVA Deu la Deu Alvarinho 2005

Nada melhor para começar a entrada no Verão do que um Alvarinho... neste caso o primeiro alvarinho de 2005 a ser provado, um vinho elaborado pela Cooperativa Regional de Monção e que ano após ano consegue manter um nível qualitativo invejável, dá pelo nome de Deu la Deu 2005.
Mas que quer dizer Deu la Deu ?
Regressando um pouco no tempo, corria a guerra entre D. Fernando de Portugal e Henrique II de Castela. O monarca castelhano manda um preposto, o galego Pedro Rodriguez Sarmento, com um formidável exército, cercar o Castelo de Monção, exactamente quando da ausência de seu capitão mor, que era Vasco Gomes de Abreu. Dentro do castelo sitiado estava a esposa, um mulher notável que dava pelo nome de Deu-la-Deu Martins.
Depois de um longo cerco às muralhas de Monção, a fome reinava no interior da fortaleza, o que impunha a rendição, quando apenas lhe restava meio saco de farinha, com ela mandou fazer pães quentes, os quais guardou num saco, Deu-la-Deu num misto de audácia e astúcia, subindo as amuradas do castelo, arrojou os pães nos soldados inimigos e gritava-lhes que, considerando o tempo decorrido, deviam estar com fome. Esta estratégia teve um excelente efeito psicológico. O inimigo pensando que a abundância na fortaleza era tal que a rendição pela fome era impossível, levantou o cerco.
Por este feito o brasão de Monção ostenta uma mulher, segurando um pão em cada mão, no alto de uma torre, com a legenda – “Deus a deu – Deus o há dado”. Homenagem merecida de uma heroína, repleta de coragem e astúcia, que passou a ser conhecida pelo nome de “Deu La Deu Martins”. Até hoje os vereadores recem empossados dirigem-se ao seu túmulo e prestam-lhe os agradecimentos por esta notável acção.
Depois de uma breve passagem pela história voltamos ao Deu la Deu 2005, um vinho que se apresenta com 13% e uma tonalidade amarelo leve dourado de mediana concentração.
A prova de nariz mostra boa intensidade aromática, tem o perfil fino e elegante com frescura a marcar presença, a fruta aparece madura em boa concentração marcando quase toda a prova, fruta tropical (ananás) em conjunto com citrinos (lima) e algum fruto branco (maçã) a equilibrar o conjunto com um ligeiro toque melado com um fundo onde se junta o vegetal (erva) e o mineral.
Na boca entra com bom corpo, dando uma sensação de frescura imediata, com a acidez a marcar a prova mas sendo bem suportada e acompanhada pela presença de notas de fruta e um toque melado. O final mineral agradável em conjunto com alguma secura dá uma persistência média/alta com frescura presente.
É um vinho com perfil muito bem desenhado, não se destacando pela exuberância consegue ter equilíbrio e frescura que o tornam muito agradável, o preço a rondar os 6€ torna este Alvarinho uma boa opção para os calores que se aproximam.
16,5

21 junho 2006

PROVA Porta de Santa Catarina Reserva 2003

É mais um Reserva 2003 da zona de Estremoz, produzido pela Sociedade Agrícola Poeiras e Xarepe este vinho foi elaborado a partir das castas Aragonês, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon, com estágio de 12 meses em carvalho francês sendo produzidas 5991 garrafas e em prova a nº 5654.
Apresenta-se com 13,5% e tonalidade granada escuro de concentração média/alta.
Na prova de nariz mostra impacto vegetal inicial de intensidade média/alta tapando a fruta madura (leve compota) que se vai revelando com a passagem do tempo, ligações com baunilha e tosta em conjunto com café e tabaco surgem dando um toque quente ao vinho, que fica atenuado com leve floral de fundo.
Na prova de boca mostra corpo mediano, com leve doçura inicial, fruta presente, café torrado acompanhado de uma adstringência presente no final que não ajuda na prova, em final de boca médio.
O vinho mostra-se melhor no nariz que na boca, pois devido à adstringência que mostra no final tira algum do encanto ao vinho, o preço praticado de 15€ também não ajuda muito.
15

20 junho 2006

Uma prova com Reservas...

Foi no passado Sábado que o Copo de 3 juntou uns amigos com o objectivo de provar alguns Reservas de 2003 da zona de Estremoz.
Na zona de Estremoz temos actualmente grandes produtores de vinhos, com esta prova colocamos em confronto alguns dos nomes mais sonantes com o objectivo de avaliar os seus mais recentes topos de gama. Fomos buscar o novo Reserva do Monte Seis Reis, um produtor que deu mostras de grande qualidade com os seus varietais de 2003, da casa Encostas de Estremoz veio o seu novo Reserva 2003 que se estreia como topo de gama da casa e promete bastante, da casa Herdade das Servas juntou-se o seu Reserva 2003 e no final fomos à casa Dona Maria de onde veio o seu Dona Maria Reserva 2003.

Como nota de destaque, todos os vinhos provados são da colheita de 2003, têm como base o Alicante Bouschet e três deles são apoiados entre outras castas pela Touriga Nacional.
Os vinhos foram decantados com 1 hora de antecedência e servidos a 15ºC subindo posteriormente para a temperatura da sala, 18ºC
Os vinhos foram servidos de forma aleatória e surgiram algumas surpresas (devidas a algumas expectativas criadas) quando se destaparam as garrafas.

1º Herdade das Servas Reserva 2003
2º Dona Maria Reserva 2003
3º Encostas de Estremoz Reserva 2003
4º Seis Reis Reserva 2003

PROVA Herdade das Servas Reserva 2003


O vinho aqui provado, topo de gama da Herdade das Servas, tem sido seguido com alguma atenção pelo Copo de 3. Quando me foi apresentado, em prova, pelo seu produtor, já demonstrou bastante nível, e verifiquei que assim continua numa última prova realizada
, elaborado pelos enólogos Luís Duarte e Tiago Garcia tem na sua composição, Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Syrah e Aragonez, tendo estagiado em carvalho americano e francês, apresenta-se com tonalidade ruby escuro de boa concentração e 15%.
No nariz mostra boa intensidade, com a baunilha a mostrar-se bem integrada com as notas de madeira e fruta vermelha, um vinho onde o trabalho de madeira se mostra muito bem feito, equilibrado e sedutor são palavras que o podem descrever, com boa evolução no copo, frescura presente durante a prova, evolução para café, cacau, balsâmico, floral e alguma compota e umas notas de alfarroba de fundo.
Na prova de boca mostra um corpo com boa estrutura mas bem harmonioso, redondo e muito guloso, a fruta marca presença bem madura e alguma compota, tem uma acidez bem presente a dar frescura ao conjunto, com um leve balsâmico de fundo que o coloca com um final muito bem colocado e de persistência alta.
Um vinho que se mostra cada vez melhor, tem vindo a evoluir muito bem, tem a harmonia e sedução de uma fruta bem trabalhada com a barrica, o preço muito correcto que ronda os 20€
É um prazer beber vinhos assim e foi por tudo isto que foi o escolhido na prova cega dos Reservas 2003 de Estremoz.
18

PROVA Dona Maria Reserva 2003

Há mais de 130 anos que se produz vinho na Quinta Dona Maria ou Quinta do Carmo, é na colheita de 2003 que vemos o regresso ao activo daquele que é o seu actual proprietário, Júlio Tassara Bastos depois de nos ter deixado no passado com os famosos Quinta do Carmo Garrafeira 1985, 1986 e 1987, reconhecidos pela sua grande qualidade.
Com um lote composto com Alicante Bouschet (50%) , Aragonês, Cabernet Sauvignon e Syrah com direito a fermentação em lagares de mármores e um ano de estágio em barrica de carvalho francês, sendo engarrafas 17.300 garrafas num vinho da autoria dos enólogos Luís Duarte e Sandra Gonçalves.
Mostra uma tonalidade ruby escura de boa concentração, com 14% e a dar uma prova de nariz com boa entrada a mostrar uma boa intensidade aromática, inicialmente notas de alguma madeira, torrados com algum cacau ainda que leve e em conjunto com baunilha, floral, balsâmico presente em conjunto com fruta vermelha/negra bem madura e ligeira compota, acaba com nota especiada e uma lembrança de licor.
Na boca tem uma boa entrada, a mostra bom corpo, acidez colocada a dar frescura suficiente ao vinho que se mostra fino, redondo e equilibrado, envolvente no palato, bem feito com leve balsâmico em companhia de um toque especiado que lhe confere um final de persistência alta.
Um feliz regresso deste produtor, com um preço a rondar os 25€
17,5

PROVA Encostas de Estremoz Reserva 2003

É a entrada nos topos de gama do produtor Encostas de Estremoz - Vinhos D. Joana, uma estreia com este Reserva 2003 a cargo do enólogo Miguel Catarino, para tal efeito foram escolhidas as castas 50% Touriga Nacional, 35% Touriga Franca e 15% Alicante Bouschet com um estágio de um ano em barricas novas de carvalho francês grão fino e extrafino com mais 10 meses de garrafa num vinho com tonalidade ruby escuro de concentração alta e 14%
Na prova de nariz mostra uma boa intensidade de aromas, com fruta presente e madura, ligeira compota em conjunto com balsâmicos presentes em harmonia com perfil fresco e floral, abrindo para aromas de baunilha com fundo torrado e ligeiro licor.
Na boca mostra-se fresco, com bom corpo, ligeiro cacau com fruta madura presente e fundo especiado (pimenta), leve secura vegetal mas tudo muito bem colocado e harmonioso, final de boca de persistência média/alta com ligeiro toque balsâmico.
Não brilha mais devido a uma falta de maior complexidade, um vinho que se mostra um pouco diferente do normal vinho Alentejano, lembrando outras paragens mais a norte. Tem um preço que ronda os 12€
16,5

PROVA Monte Seis Reis Reserva 2003


O Monte Seis Reis deu que falar com os seus vinhos de 2003, com destaque para os badalados varietais, Syrah e Touriga Nacional. Recentemente foi lançado para o mercado o novo topo de gama desta casa, o Reserva 2003 elaborado pelo enólogo Luís Ramos de Carvalho, elaborado com Touriga Nacional (50%), Syrah(25%) e Alicante Bouschet(25%) teve estágio de 20 meses em barrica de carvalho francês com mais seis meses de estágio em garrafa. Tonalidade ruby escuro de boa concentração, na prova de nariz mostra um caracter com mais vegetal em companhia de algum químico que quase ofusca a prova, a fruta madura um pouco escondida em conjunto com um toque balsâmico mas muito tímido, torrados com baunilha aparecem pouco tempo depois libertando ligeiro floral com algum couro de fundo em parceria com especiaria (canela, pimenta) e final ligeiramente alcoolico. Na prova de boca tem entrada com alguma frescura, acompanhado de uma pronta secura vegetal, com a fruta a aparecer em conjunto com um final prolongado e apimentado, apesar de se mostrar melhor na boca que no nariz mostra um perfil um pouco rústico e com álcool presente, a não mostrar grande harmonia de conjunto com as notas vegetais em destaque e derivados da madeira, sem grande complexidade como se pede a um vinho deste calibre. O preço é algo que não ajuda em nada neste caso, falamos de um vinho com um preço a rondar os 30€ que me parece completamente desfazado da realidade, portanto uma má relação preço/qualidade com a nota final a mostrar isso mesmo. 15,5

12 junho 2006

Fusão de comissões vitivinícolas pronta este mês

O ministro da Agricultura, Jaime Silva, anunciou terça-feira que o processo de fusão das comissões vitivinícolas deverá ficar concluído este mês, devendo passar a existir menos de metade das actuais.
Em declarações aos jornalistas em Viseu, Jaime Silva disse que, respondendo "ao desafio de serem ambiciosos", os responsáveis do sector lhe fizeram a proposta de "passar das actuais 16 regiões vitivinícolas para oito".
"Ainda vou dialogar com o sector este mês para ver se os consigo convencer a reduzir ainda mais", adiantou, frisando que "o ideal era que houvesse uma coincidência com a reorganização administrativa do país", ou seja, cinco comissões vitivinícolas.
"Mas não faço questão disso. É um sector que está maduro para assumir responsabilidades e portanto vou tentar ainda convencê-los a reduzir uma ou duas", acrescentou.
Também no que respeita à certificação dos vinhos, o governante espera anunciar o que pretende fazer em breve.
"Irá ficar ligada directa ou indirectamente às comissões vitivinícolas e ai é que gostaríamos que fossem menos (entidades certificadoras), para lhes dar mais sustentabilidade", adiantou.
Jaime Silva lembrou que a certificação do vinho "já hoje é feita por organismos profissionais", sendo que, "basicamente, o que fará a administração pública no futuro é a auditoria dessa certificação, para assegurar ao consumidor que tudo está a funcionar".
No que respeita à política europeia do vinho e da vinha, em discussão em Bruxelas, o ministro da Agricultura contou que a posição do Governo português já foi explicada à comissária da Agricultura.
"Explicámos-lhe que o sector do vinho é um sector prioritário para nós. Temos potencialidades e um mercado relativamente equilibrado", afirmou aos jornalistas.
Por isso, pretende que "a reforma permita aos Estados-membros desenvolverem o sector em qualidade e que, no futuro, as áreas que foram reduzidas ou retiradas da produção, possam potencialmente ser reintroduzidas".
Jaime Silva esclareceu não ver "necessidade de se privilegiar o arranque" da vinha em Portugal, dando como exemplo o caso do sector dos vinhos verdes onde "ainda há margens de produção e não houve renovação, as castas são as mesmas, há pequenos produtores".
No entanto, considera que "seria demagógico" dizer que ia negociar "para ter mais áreas de produção para poder plantar novas vinhas", quando ainda há muitas para reconverter na Beira Interior, no Norte e no Algarve.
"Estamos numa fase de reconversão, em que nalguns sectores de produção há alguns excedentes estruturais. Nós só poderemos pensar em aumentar áreas quando tivermos isto equilibrado", sublinhou.
Segundo o governante, o objectivo de Portugal é ter "flexibilidade dentro da reforma, que salvaguarde o trabalho que já foi feito até hoje".

Fonte:
AgroNotícias

09 junho 2006

Copo de 3 na Revista DOVINHO

A revista da Vinalda, de nome DOVINHO deu destaque com um artigo da autoria da jornalista Maria João de Almeida, ao tema O Vinho na Internet, onde de forma abrangente se destaca que «Através da internet, o cibernauta pode descobrir o vinho sobre outra perspectiva. Uma ferramenta útil para quem se quer manter informado e actualizado neste sector. »
Já no que toca a blogs, atenção que o Copo de 3 não ultrapassa as 10.000 visitas por mês mas sim ultrapassa as 10.000 visitas, o mesmo pode ser lido:
Já ao nível dos blogs, existem vários, maioritariamente idealizados por enófilos ferrenhos. Sobressai o http://copod3.blogspot.com , que já ultrapassa as 10.000 visitas/mês, na medida em que é um trabalho bem conseguido, assumindo o objectivo de dar a conhecer o mundo do vinho, seja com notas de prova, visitas a adegas ou outras actividades semelhantes. Outros exemplos menos representativos podem descobrir-se em http://quetalovinho.blogspot.com; (com a descrição de notas de prova mais curtas) http://dovinho.blogspot.com e o http://saca-a-rolha.blogspot.com.

08 junho 2006

PROVA Coop Borba Cabernet Sauvignon & Syrah 2004

Mais um bivarietal da Coop de Borba, desta vez um vinho que segue uma das duplas mais famosas da enologia Australiana aqui revista em mais uma edição, com 4 meses de estágio em carvalho americano e francês.
A mostrar uma tonalidade granada de mediana concentração, tem 14% .
Nariz com vegetal (leve pimento) aliado a fruta (vermelha e negra) madura com ligeira sensação de compota, frescura leve com toque de chocolate, especiado e ligeiro mineral (laje molhada).
Boca com entrada média, acidez a dar boa frescura, fino e redondo com alguma doçura, harmonioso, secura vegetal ainda que muito leve no final de boca com ligeiro apimentado e de persistência moderada.
Não mostrou grandes pergaminhos, mostrando-se um vinho agradável e bem feito mas longe da qualidade de outros vinhos deste produtor...
15

06 junho 2006

Resultados de `Gosto mais dos vinhos da região´

Quando o Copo de 3 perguntou aos seus leitores qual a zona de vinho que mais gostava, os resultados foram os seguintes (colocados por ordem de mais a menos votado):

Alentejo 36% 35 votos
Douro 36% 35 votos
Dão 14% 15 votos
Terras do Sado 5% 5 votos
Ribatejo 4% 4 votos
Beiras/Bairrada 4% 4 votos
Estremadura 1% 1 voto
Minho 1% 1 voto
Interessante verificar um empate entre Alentejo e Douro, talvez as duas regiões mais destacadas nos últimos tempos, um Dão a aparecer novamente no panorama colocando-se como a 3º Região mais escolhida, os novos vinhos que tem aparecido nos últimos tempos têm feito por tal e ainda bem, as Terras do Sado e os adeptos da Castelão conseguiram uma boa prestação seguidos muito de perto pelo Ribatejo e pelas Beiras/Bairrada com empate entre as duas, revelando que se tem trabalho pela frente, nos últimos lugares uma Estremadura e um Minho (vinhos verdes) apenas com um voto... a Estremadura talvez a precisar de um empurrão, mas pelo que já mostrou tem condições para muito melhor.

05 junho 2006

PROVA Quinta do Cerrado Malvasia-Fina 2004

Com os dias cada vez mais quentes nada melhor que abrir um vinho branco fresco.
A escolha foi um vinho do Dão, do produtor União Comercial da Beira Lda pela sua Quinta do Cerrado, um extreme da casta Malvasia-Fina elaborado pelo enólogo Osvaldo Amado, um vinho que teve direito a 2 meses de barrica de carvalho nacional e posteriormente 1 mês me garrafa para afinar, apresentando-se com 13% e uma tonalidade amarelo citrino com leve esverdeado no rebordo.
Na prova de boca mostra-se com uma boa intensidade aromática, floral presente ao lado de fruta (tropical e algum citrino) madura aliada a uma presença de baunilha em companhia de leve fumo e torrado, tudo muito fresco com passagem melada pelo meio e de fundo mineral.
Na prova de boca tem uma boa entrada, de corpo médio com acidez viva a dar boa acidez ao conjunto, fruto presente com fundo mineral e boa persistência final a mostrar um vinho fresco e vivo na boca a dar uma boa prova e a mostrar-se um exemplar a conhecer por um preço que ronda os 4,5€
15,5

04 junho 2006

PROVA Quinta da Gaivosa LBV 1999

Este LBV da Quinta da Gaivosa foi engarrafado em 2004, curiosamente destina-se ao mercado externo pelo que para Portugal tem de ser encomendado.
Mostra uma tonalidade granada escura com boa concentração e rebordo violeta, muito maduro de aromas, com a fruta em destaque (amora, ameixa) alguma compota acompanhada de ligeiro torrado e toque vegetal, tem uma sensação de torrado e chocolate com balsâmico no fundo. Apesar de não ser muito exuberante na prova de nariz, mostra uma boa harmonia de aromas e um conjunto que se torna bem agradável.
Na boca é redondo e afinado, equilibrado com compota e leve chocolate a darem alguma doçura, acidez bem encaixada no conjunto a dar uma frescura que não o torna enjoativo, fica meio termo entre a potência e a planura com final de boca médio/alto em perfil mais que apelativo.
Um bom companheiro para um final de refeição.
16,5

03 junho 2006

TSF - PESSOAL... E TRANSMISSÍVEL com José António Salvador

Retirado do site da Rádio TSF temos esta conversa bastante interessante com o conhecido enófilo José António Salvador:
O vinho é muito mais do que uma bebida alcoólica. O enófilo José António Salvador dedicou os últimos quatro anos ao levantamento de tudo o que diz respeito à cultura vinícola em Portugal e vem apresentar, na conversa com Carlos Vaz Marques, o ábum em seis volumes que nasceu desse trabalho.
( 20:20 29 de Maio 06 )
Carlos Vaz Marques
 
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