Copo de 3: Quinta do Carmo Reserva 2004

16 abril 2013

Quinta do Carmo Reserva 2004

Mais uma daquelas garrafas que habitava no lote dos esquecidos que tenho aqui por casa, literalmente nunca foi alvo de escolha para qualquer repasto aqui ou noutro lado qualquer. Um vinho que considerava controverso, quando foi apelidado de grande  nesse tempo achava-o demasiado fechado e pouco falador, depois de algum tempo vozes insurgiram-se que já estaria na fase de declínio, e o vinho naquela altura estaria numa fase menos boa, mais confusa e ora dava uma prova triste ou era uma maravilha. Esta sempre teve direito a condições de guarda muito perto do ideal, sempre foi mimada, embora sempre fosse preterida o que acabou por a deixar ali a um canto. O tempo passou e resolvi dar-lhe uma oportunidade, antes que fosse tarde demais.
A espera e a desconfiança revelaram-se sem qualquer nexo, está um senhor vinho este Alentejano (Quinta do Carmo) de sotaque Francês (Domaines Barons de Rothschild), que em muito honrou a nobre feijoada que o acompanhou. Elegância e complexidade definem este vinho, podemos somar a tudo isso a frescura que lhe percorre a alma, e que perdura no final de boca com uns bonitos tons balsâmicos, mas o vinho é mais que isso. Muita e da boa, a fruta nos toques vermelhos acompanhada de compota, vegetal seco, especiarias, muita classe, evolução para tabaco seco e toda aquela panóplia de aromas que constam dos manuais que indicam vinhos de grande gabarito, depois a fruta pode ou não mudar de tonalidade e a sua definição tal como a frescura do vinho ou concentração do mesmo. Na boca todo ele muito bem composto, carnudo mas ao mesmo tempo profundo, elegante, marca o palato com presença acetinada e fresca. Vinho que não cansa e convida a mais um copo e depois outro até que não fica nem uma gota no final da garrafa. 93 pts

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