Copo de 3: maio 2016

31 maio 2016

Petite Tender / Shoulder Tender

Petite Tender / Shoulder Tender
Dizem que o segredo é a alma do negócio, dei com este corte exactamente dessa maneira, como se fosse um segredo que obviamente tinha de ser desvendado. Nada que uma boa consulta a alguns livros e uma conversa de faca afiada em pleno talho, que não ficasse desvendado o mistério. Neste caso não lhe consegui "sacar" o nome pelo qual por cá é conhecido, do segredo de alguns passa para a completa ignorância de outros. Neste caso o que procurava era o famoso e cobiçado Petite Tender ou Shoulder Tender, que mais não é que o músculo de nome teres major, o mesmo que em nós humanos nos permite a rotação do braço enquanto que no gado bovino isso não acontece. Em causa está um dos mais tenros cortes que podemos obter, bem trabalhado e quase que se derrete na boca, o que faz com que rivalize em qualidade com o famoso bife do lombo apesar de ser mais pequeno e com menos peso. Cada animal apenas fornece dois, com cada peça a ter um peso variável conforme o peso do animal, os que compro rondam as 400 gramas cada e arranja-se com relativa facilidade. A morada do dito cujo é naquilo a que chamam o "espelho da pá", mora perto de outro corte bem conhecido que dá pelo nome de Flat Iron que a seu tempo lá irei.

Harmonizações: Perfeito para a ir à chapa bem quente, previamente marinado, ou não, mas sempre bem temperado e com atenção para não passar do ponto.Inteiro ou cortado em pequenos medalhões passados pela chapa e levados ao forno com cogumelos e queijo ralado. É de comer e chorar por mais. Neste caso prefiro vinhos elegantes, ricos em complexidade com uma boa acidez para ligar com a carne e respectivo acompanhamento, dando preferência a vinhos de perfil mais Clássico do Dão, Bairrada, Alentejo ou Douro (menos extraídos e concentrados) e que estejam já educados pelo tempo. 
Fotografias divulgadas em vários sites

30 maio 2016

Tons de Duorum branco 2015


Nova colheita deste branco que é uma das grandes relações preço/satisfação que podemos encontrar com relativa facilidade nas prateleiras, relembro que custa coisa de 4€. Será pois este Tons de Duorum (Douro) branco uma compra mais que acertada pela qualidade bem acima da média que nos coloca ao dispor. Um vinho que renova as energias colheita após colheita, pareceu-me este 2015 que mostra uma faceta mais fresca e airosa, um pouco até mais exuberante, mais falador, com aromas bonitos e frescos. É portanto daqueles vinhos que sabe bem ter por perto, ainda por mais quando sabemos que a consistência a nível da qualidade faz parte desta marca. E o Verão aqui tão perto. 89 pts


Blackett Porto 20 Anos


Depois de já ter aqui referido o Blackett 30 Anos (Alchemy Wines), surge o 20 Anos que é uma verdadeira perdição. Balanço perfeito entre a energia da juventude e a sabedoria que só a idade sabe trazer, com tudo isto o resultado só pode ser muito bom. Maior presença dos frutos secos com toque de caramelo, amplo e untuoso, bem fresco, tudo a mostrar capacidade de nos cativar mais e mais. Conquistador no palato pela harmonia que mostra, ligeiramente mais seco embora com uma presença mais duradoura. É um Porto 20 Anos de grande nível, preço a rondar os 50€, que entra para o lote dos meus favoritos. É daqueles vinhos criados para acompanhar aqueles momentos só nossos, no sofá a ouvir o nosso cd favorito ou a ler o livro que nos agarra e que só o conseguimos largar quando termina, até à série que acompanhamos religiosamente ao final da noite. 94 pts

17 maio 2016

QM Homenagem Alvarinho Reserva 2014

É no terroir de Monção e Melgaço que nascem os melhores exemplares de Alvarinho e muito recentemente pela mão das Quintas de Melgaço foi lançado um desses exemplares de se tirar o chapéu numa tiragem de apenas 1000 garrafas. Por ali tudo começou há cerca de 20 anos pelo amor à terra natal (Melgaço) de um minhoto de gema, de seu nome Amadeu Abílio Lopes, fundador da Quintas de Melgaço e que foi recentemente homenageado com o lançamento deste QM Homenagem Reserva 2014, cujo preço deve rondar os 20€. Um vinho que goza de uma fantástica energia e frescura, onde a casta se mostra com garbo e alguma ousadia, acutilante na acidez com uma boa austeridade mineral em pano de fundo. A madeira por onde passou confere aquele extra de complexidade, serena-lhe ligeiramente o espírito, de resto é daqueles brancos que precisa de tempo no copo mas essencialmente na garrafa para crescer ainda mais. Foi acompanhado por uma cataplana de cherne com amêijoas e mexilhões, de beber e chorar por mais. 94 pts

11 maio 2016

Vale da Capucha - Os vinhos de Pedro Marques


Os vinhos Vale da Capucha nascem a partir dos 13 hectares da Quinta de S. José em Carvalhal, Torres Vedras. É ali que o enólogo Pedro Marques cria desde 2009 os seus vinhos, todos eles com um cunho muito pessoal e uma visão que nos remete para o cultivo da vinha de forma orgânica (certificado em 2012). São os solos de elevado teor calcário e a proximidade ao mar, apenas a 8km, que ajudam a despontar a acidez natural dos vinhos. Todo o processo de vinificação é natural, sem adição de leveduras e outros "extras" que tantas vezes ajudam no processo. Na aposta que Pedro Marques fez em termos de castas, em conversa vai dizendo que algumas não se mostraram tão bem como ele esperaria e como tal é altura de mudança. Essa mesma mudança que o leva a querer apostar cada vez mais nas castas que ali sempre se deram, ou seja, jogar em casa com os da casa.

A evolução desde os seus primeiros vinhos até aos mais recentes lançamentos tem sido fantástica, com os brancos em grande destaque onde a pureza de aromas e a frescura quase eléctrica nos percorre todo o palato. A evolução a todos os níveis faz com que a cada colheita que passe, a cada ano de aprendizagem, Pedro Marques consiga educar cada vez melhor os seus vinhos, de modo a que consigam encarar a passagem do tempo sem medos nem pressas. Porque uma coisa é mais que certa para quem prova as últimas colheitas no mercado, ou mesmo as de 2015 ainda a repousar em inox, tempo de vida e de crescimento é algo que por ali não falta. 

No Vale da Capucha também se fazem tintos, mas são na realidade os brancos que atingem outra dimensão e patamares merecedores de real atenção. O tesouro escondido é composto pelos Colheita Tardia que nas mãos de Pedro Marques ganham uma dimensão fantástica no que à qualidade e também finesse diz respeito. A podridão nobre ataca e a conotação ao que de bem se faz lá por fora é imediata, também aqui o caminho parece estar traçado e revela-se sério e terrivelmente apetecível.

Fóssil branco 2013: Um belíssimo entrada de gama, ronda os 8€, onde se sente a fruta bem fresca de aromas citrinos e fruta de pomar, limpo e a mostrar uma ligeira nota da passagem do tempo. Pelo meio mistura-se o floral, tudo num perfil de mediana intensidade, por aqui não se procurem grandes perfumes, apenas precisão e definição aromática. O fundo tal como na boca é de travo salino/mineral com boa secura.

Vale da Capucha branco 2013: Algo fechado de aroma, agita-se o copo e nota-se que decantação só lhe faz bem, a fruta com ligeiro rebuçado de limão, flores, vegetal fresco, muito boa energia num conjunto mais coeso e amplo que o Fóssil. Ganha na amplitude e na presença de boca, com pederneira em fundo e notas bem vincadas de citrinos. O travo de giz que se faz notar é ponto assente no resto da gama.

Vale da Capucha Antão Vaz 2013: Deste já não se volta a fazer, uma vontade do enólogo em mostrar que a casta pode ser mais qualquer coisa para além do que se mostra pelo Alentejo. Objectivo conseguido, a marca do terroir da Capucha enche os bolsos deste Antão Vaz de pedras calcárias, os aromas da casta estão presentes embora envoltos numa malha eléctrica que lhe dá uma boa energia, mas nada mais que isto.

Vale da Capucha Alvarinho 2013: No seguimento da linha do Antão Vaz, consegue também ele mostrar a casta, boa secura com muita frescura a arrebitar os sentidos. Depois a casta mostra-se num plano mais sério e sisudo do que muitas vezes acontece na sua região natal. É daqueles vinhos que me parece meio perdido e sem saber muito bem quem é. Renovo tudo o que foi dito no rasto mineral e na secura final que percorre toda a gama.

Vale da Capucha Arinto 2013: É a meu ver a estrela maior da companhia no que a brancos diz respeito, toque fumado a lembrar pederneira, com citrinos num conjunto amplo e muito fresco. Ligeiro floral, todo o vinho pede tempo, implora para que seja guardado por mais um par de anos. A prova de boca revela isso mesmo, mas também um vinho com uma tremenda voracidade para a mesa. A frescura que mostra ter juntamente com os aromas e sabores bem definidos em conjunto com uma austeridade em pano de fundo, fazem dele o rei da mesa com os mais variados mariscos ou peixes grelhados.

Pynga Selection Syrah Viognier 2012: O único tinto provado que resulta de um lote de Syrah e Viognier, numa conjugação de aromas e sabores que no imediato o empurram para carnes grelhadas no carvão. O vinho é recheado de notas de fruta fresca e sumarenta, nem uma pynga de doçura porque a fruta resume-se a mirtilos e cerejas bem frescas e ácidas. No resto mostra-se carnudo e com ponta de especiaria, muito nervo com secura no final de boca, sirva-se com uns lombelos grelhados.

09 maio 2016

100 Anos de Moscatel - Edição Limitada José Maria da Fonseca


É na Península de Setúbal que fica localizada uma das mais antigas denominações de origem controlada (D.O.C.) de Portugal – a região do Moscatel de Setúbal, cuja demarcação se iniciou em 1907 sendo confirmada e concluída em 1908. Geograficamente delimitada pelos concelhos de Setúbal, Palmela, Montijo e a freguesia do Castelo pertencente ao município de Sesimbra. O Moscatel de Setúbal é feito a partir da uva que lhe dá o nome, faz parte do quarteto fantástico de fortificados Portugueses ao qual se juntam o Vinho do Porto, Madeira e Carcavelos. Os seus encantos perdem-se no tempo, com o papel da empresa José Maria da Fonseca a ser fundamental uma vez que é produtor no activo desde 1834, tendo um património único no mundo de vinhos moscatéis. Apreciado por reis e pelo povo, este autêntico tesouro que segundo Léon Douarche é “ O Sol em garrafa”. Já no tempo do Rei Dinis I de Portugal (1261-1325) que o Moscatel de Setúbal tinha fama, sendo exportado em grande quantidade para Inglaterra ou para França onde Luís XIV não o dispensava nas festas que dava em Versailles.

Feitas as devidas apresentações, a casa José Maria da Fonseca decidiu lançar em edição limitada uma caixa contendo quatro vinhos datados que no total perfazem 100 anos de Moscatel. Uma verdadeira tentação para todos os enófilos, custa 39,90€ na loja online do produtor, que podem assim provar e comparar quatro vinhos de excelente qualidade e de tão rara produção. Os Moscatel de Setúbal são colocados no mercado a partir de 2 anos de idade, podendo ostentar na rotulagem o ano de colheita, ou as indicações «10 anos de idade», «20 anos de idade», «30 anos de idade» e «Mais de 40 anos de idade», desde que o vinho em causa, ou cada uma das parcelas do lote que o originou, tenha no mínimo a idade indicada. Existe ainda o designativo Superior que não sendo este caso, é apenas atribuído a vinhos com um mínimo de cinco anos de idade e que tenham obtido na câmara de provadores a classificação de qualidade destacada. Neste caso o que temos no copo são quatro exemplares: 10 Anos, 20 Anos, 30 Anos e Mais de 40 Anos de idade.


 Moscatel de Setúbal 10 Anos: Dotado de uma grande frescura, muita fruta com laranja cristalizada em destaque, ligeira compota, flores, figo seco com algum fruto seco (nozes) a começar a mostrar-se. Amplo e ao mesmo tempo muito bem equilibrado, envolvente com uma bonita complexidade. Grande equilíbrio entre as notas da juventude com aquilo que já mostra de um vinho com mais idade.

Moscatel de Setúbal 20 Anos: O salto na qualidade e também na paleta de aromas e sabores é notável. Todo o bouquet é dotado de uma belíssima intensidade que o faz perfumar a mesa e mesmo a sala, as notas de laranja aparecem mais evoluídas e a tender para a compota, com toque melado, ligeiro vinagrinho que espevita e aquela untuosidade do fruto seco, ao fundo parece estar aquele aroma dos cascos centenários. Na boca é uma delícia, intenso, amplo, conquista o palato pela acutilante frescura e imponente forma de estar, um vinho fantástico.

Moscatel de Setúbal 30 Anos: Um perfil de grande complexidade que se mostra profundo, ao mesmo tempo intenso e cativador. Torna-se complicado não deixar de ter o nariz enfiado no copo. Muitas notas de fruta citrina (laranja) confitada, caramelo, nozes, ligeiro vinagrinho, folha de tabaco, passa de figo. Boca arrebatadora mas novamente dotada de um notável equilíbrio de forças onde a acidez parece dançar com a doçura.

Moscatel de Setúbal 40 Anos: É o apogeu desta prova e um deleite para os sentidos. Um vinho de compêndio tal a maneira desempoeirada com que se mostra, se alguma vez ouvimos falar de o que seria um Moscatel de Setúbal com muita idade aqui está o exemplo disso mesmo. As boas vindas são dadas pelo toque de vinagrinho, o suficiente para espevitar o nariz, de seguida a untuosidade esperada com aromas de mel e figos secos, laranja cristalizada com fruta passa (figo, tâmaras) e muita frescura a envolver todo o conjunto. Na boca novamente a frescura, a madeira velha onde estagiou, especiarias, folha de tabaco, fruto seco e a geleia de compota, todo ele concentrado mas nada pastoso e dotado de uma enorme energia e harmonia de conjunto. Inesquecível.

04 maio 2016

Herdade do Rocim Reserva 2012

A nova colheita do Herdade do Rocim Reserva vem cimentar aqui que foi dito aquando do lançamento do 2011. Ainda o acho merecedor de mais algum tempo de repouso, com o calor a apertar vem mesmo a calhar e que se volte a abrir lá para finais do ano. Como agora se apresenta, temos um vinho que sabe marcar presença, tem carácter e mostra muita fruta madura num conjunto sólido, com frescura a envolver a boa complexidade que mostra ter. O restante é o caminho natural da harmonia e do entendimento entre tudo o que foi dito e os aromas e sabores que ganhou com a passagem pela madeira, que como vem sendo hábito mostra-se muito bem integrada. No palato sentem-se os taninos a dar ar de sua graça, com tempo vão serenar e arredondar-lhe os cantos e serenar o espírito, que o tem, de bom Alentejano que é. 91 pts

Port and the Douro – Richard Mayson

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Port and the Douro – Richard Mayson
(Infinite Ideias, 2016, 38€)

Correndo o risco de me repetir volto a dizer que num país como Portugal, que conta com património único e do melhor que se faz no Mundo no que a vinhos fortificados diz respeito, custa-me a entender que não haja sequer uma edição actualizada escrita por algum dos especialistas nacionais sobre Vinho do Porto, Vinho da Madeira ou Moscatel de Setúbal. Mas neste caso é sobre o Vinho do Porto e sobre o Douro que incide a crónica, onde uma vez mais temos de agradecer a quem vem de fora e com largas décadas de experiência acumulada a escrever sobre vinhos Portugueses. O autor é Richard Mayson, bem conhecido por obras como Portugal’s Wine and Winemakers, The Wines and Vineyards of Portugal, que agora lança nova edição do seu best-seller Port and the Douro.

Richard Mayson para além de produtor de vinho (Sonho Lusitano) em Portalegre é um profundo conhecedor dos vinhos de Portugal e um especialista no que a fortificados diz respeito, já aqui foi alvo de crónica o seu recente livro dedicado ao Vinho da Madeira. Pois desta vez decidiu lançar uma nova edição do Port and the Douro, uma obra que resulta do trabalho de largos anos a visitar produtores e a provar com eles lado a lado. O resultado está à vista de todos, uma vez mais num belíssimo livro que nos leva a conhecer o fantástico mundo do Vinho do Porto. Uma viagem completa onde nada parece falhar ou faltar, desde a história da região a como tudo começou, ao processo de vinificação e pelos tipos de Vinho do Porto, passeando pelas várias Quintas, vinhas, ou até pelas várias castas nativas da região. É preciosa a ajuda das várias ilustrações e mapas que nos ajudam a situar e perceber o que de forma cativante nos é dado a conhecer. A parte dedicada às vinhas como todo o livro é um exemplo dessa mesma facilidade com que Richard Mayson transmite o seu conhecimento, tal como todos os apontamentos e curiosidades que vão sendo objecto de destaque tal como a parte dedicada aos Homens que Moldaram o Douro.

O livro termina com uma vasta secção dedicada ao Vintage Port que é colocado à disposição de forma gratuita como um Guia de Vintage Port e que já aqui foi alvo de crónica. Embora se encontre agora em nova versão mais actualizada o que mostra ser uma grande mais-valia e ajuda para melhor entender o que caracteriza cada ano com chamadas de atenção para cada colheita, desde 2015 até 1844 o mais antigo provado pelo autor. Podemos encontrar ainda umas breves notas de como guardar, envelhecer e servir o Vinho do Porto, terminando com umas breves notas acerca dos principais produtores. Um livro à imagem do Vinho do Porto, delicioso.

03 maio 2016

Cartuxa 50 Anos branco 2012

Em jeito comemorativo do cinquentenário da Fundação Eugénio de Almeida, nasceu este branco em tudo especial criado pelo enólogo Pedro Baptista. Este branco nasce de um lote de várias castas, entre elas Assario, Arinto e Roupeiro, ganha outra dimensão e feito com fermentação com curtimenta completa durante 25 dias. Sem conhecer o aconchego da madeira o vinho apenas viu o frio do inox. Por instante parei e relembrei-me dos primeiros Pêra Manca branco, mas o aroma deste vinho é algo de diferente, mistura a frescura com um bouquet puro e sensual, notas de bolo de laranja, muitas flores, ligeiro arredondamento e uma energia contagiante. Vinho para a mesa, gastronómico com aquela voracidade natural para peixes nobres no forno, lembrei-me porém de uns achigãs com hortelã da ribeira, foi até à última gota. 94 pts
 
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